terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Blue Valentine?


  O filme de hoje é "Blue Valentine", ou "Namorados para Sempre" em português, com direção de Derek Cianfrance.
  "Namorados para Sempre" conta a estória de Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling), um casal que vivendo uma enorme crise conjugal, afetando até a convivência de ambos com a pequena filha Frankie (Faith Wladka). Frankie é levada para a casa do avô, enquanto seus pais tentam se reconciliar. Eles chegam até ir a um motel para passarem uma noite romântica juntos, mas as horas passam e ocorrem uma sucessão de fiascos quanto à se acertarem.
  "Blue Valentine" concorre ao Oscar 2011 na categoria de Melhor Atriz, com Michelle Williams. Indicado ao Globo de Ouro de 2011 nas categorias Melhor Ator de Drama e Melhor Atriz de Drama. Rendeu também indicações no Film Independent Spirit Awards (FISA) na categoria Melhor Atriz, como também indicações como Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Ator de Drama no Satellite Awards e Melhor Diretor para o Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance. Como se pode ver, o filme é recheado de indicações, mas prêmio que é bom  mesmo, nenhum.
  É um filme com roteiro água com açúcar, em que discute uma estória bastante batida em películas desse tipo. Um casal que sempre se amou perdidamente, entra em crise conjugal e juntos resolvem dar mais uma chance ao casamento. Em algumas estórias, o amor é redescoberto e em outras, é cada um para o seu lado, tchau e benção. Portanto, não temos muito o que falar sobre ele. Fotografia, direção de arte e trilha sonora, normais e básicas. Sem muita apelação artística e semiológica no filme. Só mesmo a sequencia de cenas em que ambos estão no motel, cujo quarto escolhido para a noite de reconciliação foi o "Quarto Futurista", e que portanto, a fotografia passa a ser na cor azul. Quem tiver interesse em saber o significado que essa cor causa nos seres humanos, é só visitarem a postagem A Gagueira do Rei, sobre o filme "O Discurso do Rei".
  A atuação de Williams, é nada mais e nada menos do que algo completamente normal e sem muitas surpresas. Na verdade diria que não há surpresa alguma, e, sinceramente, não entendo do porque de tantas indicações em diversos prêmios para ela como Melhor Atriz. Acho estranho sim, na mais famosa premiação do cinema mundial, o ator Ryan Gosling não receber indicação para Melhor Ator também. Afinal sem ele, Michelle não teria destaque nenhum no enredo. É dele os louros para a cena mais tumultuada de toda a estória. É ele sim, que cumpre sua designação muito bem, não só na cena em que discute com Cindy, no hospital em que ela trabalha, mas desde a primeira cena em que a pequena Frankie o acorda atrás da cachorra Megan que fugira de casa. Mais uma vez repito que sem ele, ela não seria nada no filme. Se em todas as cenas, só ele que aparecesse, e os problemas do casal, fossem apenas narrado, o filme seria excelente. Ou quem sabe então, se a atriz fosse outra, aí sim a dupla se saísse melhor.
   Uma personagem que quase não aparece, mas que acredito ter feito, no mínimo, o esperado para o seu papel, é a avó de Cindy, interpretada pela atriz Jen Jones. Jen é uma senhora, com idade bastante avançada, cadeirante, que dá excelentes conselhos à Cindy e meio que, guia a vida da neta. A identificação entre as duas atrizes é tão sincera, que chega até emocionar, de alguma forma, a quem assiste o filme.
  "Blue Valentine", produzido em 2010, tem direção de Derek Cianfrance, roteiro de Derek Cianfrance, Joey Curtis e Cami Delavigne, fotografia de Andrij Parekh, direção de arte de Chris Potter, figurinos de Erin Benach, com duração aproximada de 114 minutos, incluindo os créditos finais.

Texto: Ricardo Montalvão

Referências:

Um comentário:

  1. Achei Blue Valentine bom, o roteiro é clichê mas a maneira com a que a diretora o trata o deixa interessante, o casal no agora fica recordando memórias do passado pra tentar recuperar o relacionamento. O fim também foge do óbvio, não deixando claro o que acontece com o casal.

    Concordo plenamente quando você diz que o Ryan Gosling que merece concorrer às premiações, praticamente tudo nesse filme é feito pela interpretação maravilhosa dele, enquanto a Michelle só reage ao que ele faz.

    De um ponto pessoal, achei o filme de certo modo emocionante, mostra o que o casamento é de fato, que se tem duas coisas que se pudessemos evitar, seriam se apaixonar e depois casar. Claro, a vida real tem suas complicações e tal racionalidade não consegue se aplicar.

    A trilha foi feita pelo Grizzly Bear, uma das minhas bandas prediletas, achei perfeito no clima do filme. Recomendo os discos deles também que tem as faixas inteiras, não apenas os instrumentais, principalmente o álbum Veckatimest. E ah, os créditos finais são mágicos, um dos mais cuidados e bonitos que eu já vi.

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