sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Bravura de Mattie.


  E o filme escolhido é "True Grit", em português chamado de "Bravura Indômita", dos Irmãos Coen.
  Tudo se passa após a morte do pai de Mattie Ross (Haliee Steinfeld), em que a jovem aos 14 anos sai de casa em busca de Tom Chaney (Josh Brolin), que matou seu pai. Para isso ela contrata o xerife, bastante alcoólatra, Reuben J. Cogburn (Jeff Bridges), que só aceita o trabalho depois que a infanta insiste muito. Eles contarão também com La Boeuf (Matt Damon), um policial texano, que está em busca do mesmo criminoso.
  "True Grit", adaptado do livro homônimo de Charles Portis, é uma refilmagem de um clássico de mesmo nome de 1969, dirigido, na época, por Henry Hathaway, cujo papel principal era do ator Jhon Wayne, o qual rendeu-lhe o Oscar de Melhor Ator. A atriz que interpretava Mattie Ross era Kim Darby e quem fazia La Boeuf era o ator Glen Campbell. Em 2010, os irmãos Joel e Ethan Coen, têm a brilhante ideia de produzirem esse remake, estrelando nos papéis principais Bridges, Steinfeld e Damon.
  A versão atual recebeu 10 indicações ao Oscar 2011. Foram as de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som. Recebeu também 8 indicações ao BAFTA 2011, levando para casa apenas a estatueta de Melhor Fotografia. E mais duas indicações ao Screen Actors Guild Awards.
  Com um humor ácido e de poucas palavras, Haliee faz de Mattie uma excelente personagem. A atriz encarna tão bem a bravura a todo custo da jovem Ross em busca de justiça pela morte de seu pai, merecendo a indicação de coadjuvante desse ano nos prêmios aos quais concorre, que ela leva muito bem o filme. Stienfeld pode ser a terceira atriz mais jovem a ser oscarizada. Ao menos os estúdios da Paramount estão a todo vapor para que sua pupila ganhe o Oscar 2011. Sua personagem é hostil, tem um humor bastante ácido, irônica e sarcástica, grossa, direta em seus propósitos, obriga a Cogburn aceitar o desafio de buscar o assassino do seu pai e impõe, também, sua presença nessa jornada, por mais que o xerife fosse contra isso. Embora o favoritismo a Atriz Coadjuvante seja de Melissa Leo por "O Vencedor", a minha preferência encontra-se dividida entre Stienfeld e Bonham Carte, por "O Discurso do Rei".
  Matt Damon, mesmo sua personagem tendo poucas cenas no filme, tem de ser lembrado. Ator, que dá vida ao policial texano La Boeuf e que nos dá momentos divertidos na película, ao lado de Jeff, como por exemplo, a discussão quanto o tiro ao alvo.
  E Jeff Bridges, mais uma vez candidato ao Oscar de Melhor Ator de 2011, e que ganhou ano passado na mesma categoria, volta às telonas nos fazendo esquecer o seu cantor chato de música country em decadência do filme "Crazy Heart". Ele está impagável na pele do xerife beberrão Cogburn. É ele quem puxa os momentos mais divertidos durante toda a exibição. Digo que ao contrário de Crazy Heart, em True Grit, ele se encontra nesse papel. Um casamento perfeito entre ator e personagem. No entanto, meu favorito dessa categoria continua sendo Colin Firth por "O Discurso do Rei".
   E a crítica especializada afirma que a nova versão é bem melhor do que a primeira. Os irmãos Coen dão total leveza com a direção, pois mantém o espírito cômico do livro de Portis, incluem trechos do livro que não foram filmados em 1969, embora tenha sido alterado um pouco o contexto geral do enredo. Haliee é muito mais carismática que a primeira atriz.
  Com figurinos condizentes à época do faroeste, fotografia que proporciona excelentes momentos de apreciação rico em detalhes, direção de arte bastante apropriada, "True Grit", produzido em 2010, tem direção e roteirização adaptada dos Irmãos Coen, direção de fotografia de Roger Deakins, direção de arte de Stefan Dechant e Christina Ann Wilson, figurinos de Mary Zophres, trilha sonora de Carter Burwell, com duração aproximada de 110 minutos, incluindo os créditos finais.

Texto: Ricardo Montalvão

Referências:

Um comentário:

  1. A menina atua tão bem que ela deveria concorrer a melhor atriz, e não coadjuvante, até porque ela é a principal do filme. devem ter colocado ela nessa categoria pela idade.

    A atuação do Jeff Bridges é ótima como é de se esperar, ele segura muito bem o filme com o carisma bêbado do personagem. No mais, achei o filme dos irmãos Coen com menos cara de irmãos Coen. o roteiro é super linear e a função de todo enredo é de fato contar uma história, e não debater temas morais como eles fazem de costume. Quando o filme terminou eu fiquei meio que confuso "isso é mesmo um filme dos Coen?"

    mas ainda assim, é um bom filme :D

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