quarta-feira, 2 de março de 2011

And Oscar goes to...


  E Oscar vai para...
  Como já havia pensado, porém com a sugestão do meu professor e orientador Roberto Laplagne, hoje falaremos sobre a grande premiação do cinema mundial que ocorreu no último dia 27. Mas colocaremos aqui um parecer pessoal, estritamente pessoal, sobre os principais prêmios daquela noite.
  O Oscar como todos sabem, nem sempre é padrão de qualidade, porém é o mais importante prêmio, no sentido de fama, do cinema mundial. Os vencedores carregam seus louros pelo resto de suas vidas por adquirirem a bela estatueta de ouro.
  Façamos da seguinte forma: falaremos os filmes e as categorias as quais ganharam, certo.

  "Alice no País das Maravilhas", do diretor Tim Burtom, venceu nas duas categorias que disputava. Foi a Melhor Direção de Arte e o Melhor Figurino de 2011. Bom, Alice é o filme chato, cheio de problemas no roteiro, em que faltando 30 minutos para o final do filme, a jovem heroína descobre quase que 'milagrosamente' todas as soluções de seus problemas e, portanto acaba salvando o mundo. Burtom quis contar muita estória em pouco filme e acabou se perdendo. No entanto, a direção de arte e o figurino foram, sem dúvidas, os melhores. A fantasia criada, pelas equipes vencedoras do Oscar, faz com que seus telespectadores se livrem de tabus contra uma viagem ao mundo fantasioso de Alice e mergulhem em toda a magia que existe nos dois livros que narram a saga da jovem. É uma viagem em que não se deseja voltar dela, por mais que a película chegue ao seu final.
  "A Origem", do diretor Christopher Nolan, levou os prêmios de Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Efeitos Visuais, que venhamos e convenhamos, não haveria ali outro concorrente capaz de levar essas categorias. Um filme completamente técnico em sua produção, com intuito de levar o telespectador, também, a uma viagem quase sem volta. O seu roteiro foi tão bem costurado, que se houver erros são quase imperceptíveis a olho nú, que quem o assiste passa as suas 2 horas e 30 minutos preso, praticamente sem piscar os olhos, a fim de descobrir que destino será reservado à personagem de Leo Di Caprio, como também os de seus colegas de trabalho. "A Origem" que é um sonho dentro de um sonho, dentro de outro sonho, em busca de consertar uma realidade, apresentada inicialmente no filme, que você descobre ser um outro sonho, e que o que seria dito de realidade está introduzida nesse emaranhado de sonhos e possibilidades, que entender a película, de preferência não respire muito fundo, porque até aí você já terá perdido detalhes fundamentais da compreensão do roteiro. Sem esquecer de mencionar a incrível catarse que causa ao público sobre o questionamento de que você viveria mesmo uma realidade, ou tudo que está ao seu redor é a projeção de um sonho, o qual você não consegue se desligar mesmo que esteja acordado(a)? Fica a resposta para quem se identificar com a pergunta.
  "A Rede Social" de David Finher, levou Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora e Melhor Montagem. Ao meu ver foram prêmios injustos. Um filme que é chato, tem o ritmo de seus diálogos comparados ao que seria a velocidade de troca de dados da internet, que com isso, ou você presta atenção nas imagens, ou nas legendas, e como já disse antes, creio que nem pessoas que entendam inglês, conseguiram compreender o que se é dito, tamanha rapidez nas falas. Um filme que te causa angústia, já desde o seu primeiro minuto, para que ele termine e você possa sair da sala do cinema ou do sofá de sua casa, com uma montagem básica, sem tantas coisas surpreendentes, afinal montagem que não segue a ordem cronológica, não é o descobrimento da pólvora. Vários filmes fizeram isso, e "A Rede Social" não inventou nada e nem fez de forma sensacional. Melhor Trilha Sonora? Oi? Como assim? Com trilhas bem melhores, os seus concorrentes perderam? Coisas do Oscar, que como já mencionei, não é padrão de qualidade. Quanto a ser o Melhor Roteiro Adaptado, os filmes "Bravura Indômita", "Toy Story 3" e "Inverno da Alma", tiveram seus roteiros construídos melhor do que o que ganhou a estatueta.
  "O Vencedor" de David O. Russell, levou Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvante. Os únicos mesmo que poderia ganhar. Bale e Leo, de fato, foram os melhores que disputaram a categoria. Embora, por ser desconhecida, a atriz Jackie Wiever, que concorreu com Leo, e o ator Jeremy Renner, que concorreu com Bale, estão memoráveis em suas atuações nos seus respectivos filmes "Reino Animal", para ela, e "Atração Perigosa, para ele. O filme de Russell se tivesse ganho nas demais categorias, seria uma tremenda injustiça com os demais competidores. Entretanto, de injustiças a Academia está cheia. Mas ainda bem que esse ano não foram tantas. Ah! Havia esquecido de mencionar que na categoria de Ator Coadjuvante, há de se levar em conta, principalmente, a atuação do carismático Geoffrey Rush, que fez Lionel Logue no premiado "O Discurso do Rei". Ele, sim, foi o meu favorito nessa disputa.
  "Cisne Negro" de Darren Aronofsky, assim como "O Vencedor" levou para casa a premiação que deveria levar. Natalie confirmou seu favoritismo e abocanhou a estatueta de Melhor Atriz de 2011. Uma atuação impecável, que tinha mesmo que ganhar essa categoria. Ela desempenha seu papel tão perfeitamente, que palavras aqui faltam para descrever e elogiá-la. Só mesmo assistindo ao filme, ou lendo sobre o filme, aqui em seu blog na postagem do dia 28/12/2010, para ter uma noção de como Portman faz seu trabalho. Todo o meu parabéns à ela por mais esse trabalho magnífico e que, finalmente, foi reconhecida, em termos de Oscar, por sua profissão, levando esse prêmio. No entanto, vale ressaltar que mais uma vez, Nicole Kidman disputou a mesma categoria, dessa vez pelo filme "Reencontrando a Felicidade", em que desempenha sua profissão de maneira singular, bela, profunda e artística.
  "O Lobisomem" de Joe Johnston, embora não tenha comentado aqui sobre ele, mas como assisti na época que esteve nas salas de cinema, posso afirmar que outro concorrente teria como ser a Melhor Maquiagem de 2011. Por mais que o filme seja bastante escuro, recurso geralmente usado para esconder os defeitos técnicos das produções cinematográficas, a maquiagem para transformar Benicio Del Toro no homem lobo é fantástica. E por isso, deveria, sim, ter ganho mesmo.
  "Toy Story 3" de Lee Unkrich, mesmo não tendo visto, e conseqüentemente não sendo comentado em nosso blog, dizem os telespectadores que o viram, que não havia ninguém melhor para levar o prêmio de Melhor Animação em Longa-metragem de 2011, do que ele. Além dessa categoria, ele também abocanhou o prêmio de Melhor Canção Original. Fica aqui a dica para eu e as demais pessoas assistirem ao filme, para poder avaliar se valeu a pena mesmo ter levado as duas categorias.
  E agora o grande vencedor da noite, o filme "O Discurso do Rei", de Tom Hooper que carregou para casa as principais categorias do Oscar 2011. Eleito como Melhor Ator, Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor e, principalmente, Melhor Filme de 2011, por mais que tenha empatado com "A Origem" na quantidade de prêmios, a noite foi mesmo de Hooper e sua equipe. Agora vêm as ressalvas. Colin Firth foi eleito como Melhor Ator, dizem as más línguas, mais por ser um prêmio de consolação, pois perdeu a disputa na mesma categoria no ano anterior. Particularmente, embora não concorde com a vitória de Bridges em "Coração Louco" como Melhor Ator de 2010, também não vejo porque se Firth viesse a ganhar. "Direito de Amar", o qual Firth participou no ano passado, não tem nada demais e sua atuação a mesma coisa. Porém, como o Rei George VI, ele arrebentou a boca do balão, como diz minha mãe, e fez por merecer, completamente, o prêmio. Quanto a ser o Melhor Roteiro Original do ano, embora estivesse torcendo por "A Origem", ao menos os demais não levaram também. Certo, com meu favoritismo à parte, o filme tem um roteiro impecável, sim. Sou obrigado a reconhecer! Com uma direção, bastante exigente no trabalho com seus atores, deveria sim levar o prêmio. E por fim, o prêmio mais esperado da noite, a eleição dele como sendo o Melhor Filme de 2011. Dentre todos que disputaram a categoria, ao meu ver, depois do de Nolan, "O Discurso do Rei" foi o único a altura de levar para casa essa premiação. Volto, portanto, a frisar que meu favorito continua sendo, ainda, "A Origem", mas como ele é um filme bastante revolucionário e a Academia, extremamente, conservadora, era de se imaginar que o Christopher ficasse, mesmo, apenas com as categorias técnicas.
  O Melhor Documentário do ano foi "Trabalho Interno", como sempre o Brasil perdeu mais uma vez. O Melhor Documentário em Curta-metragem foi para "Strangers no More"; O Melhor Curta-Metragem foi "God of Love"; a Melhor Animação em Curta-metragem foi "The Lost Thing" e o Melhor Filme em Língua Estrangeira foi para "Em um Mundo Melhor".
  Quer saber mais sobre alguns dos filmes que concorreram às principais categorias do Oscar 2011? Então não deixe de ler A Gagueira do Rei, sobre "O Discurso do Rei"; E esse Mark, hein?, sobre "A Rede Social"; E esse pai, hein?, sobre "Minhas Mães e Meu Pai"; E o Cisne Voou, sobre "Cisne Negro"; A Origem dos seus pesadelos, sobre "A Origem"; Briga entre Leões, sobre "Reino Animal"; Atração (NADA) Perigosa, sobre "Atração Perigosa"; L'Amore Nei Vari Atti, sobre "Eu sou o Amor"; "Tinha uma pedra no meio do caminho", sobre "127 Horas"; Blue Valentine?, sobre "Blue Valentine"; O Inferno da Alma, sobre "O Inverno da Alma"; Hole's Kidman, sobre "Reencontrando a Felicidade"; A Bravura de Mattie, sobre "Bravura Indômita" e Os Vencedores, sobre "O Vencedor". Fique vontade e acesse, leia, comente, critique e sugira informações a mais sobre os filmes e, principalmente, quanto ao que você pensa e ao que foi escrito em relação a eles.

Texto: Ricardo Montalvão