sábado, 26 de fevereiro de 2011

Atração (NADA) Perigosa


  O filme é "The Town", "Atração Perigosa" em português, do diretor Ben Affleck, que concorre ao Oscar 2011 de Melhor Ator Coadjuvante, e disputou na mesma categoria no Globo de Ouro 2011, pela atuação de Jeremy Renner.
  Fala-se aqui de uma gangue que assalta carros fortes e bancos. Em um dos assaltos a banco, o escolhido é justamente o que Claire Keesey (Rebecca Hall) trabalha como gerente. Durante o assalto, Claire aciona o alarme silencioso, e ao descobrirem que a polícia está prestes a chegar, Doug MacRay (Ben Affleck), Jem (Jeremy Renner) e toda sua equipe, levam Claire como réfem, tendo como certeza de que nada acontecerá a eles, por causa da presença dela. Ao fugirem do banco, é deixado claro à Claire que nada será feito contra ela. Eles apenas mandam, ao abandoná-la na praia, que ela caminhe até sentir a água tocar em seus pés, para que tirasse a venda dos olhos.
  Como se não bastasse todo trauma causado à jovem, embora isso seja uma coisa que bandidos não estão preocupados, eles roubam a carteira de motorista de Claire e descobrem que ela mora nas redondezas que eles também habitam. Tem-se aí o embate pela caça à moça. Embate pois é Jem que quer perseguí-la, porém Doug não permite e ele mesmo faz esse trabalho. Entre perseguição e aproximação à vítima, desenvolve-se aí uma relação carinhosa e amorosa entre Doug, sequestrador, e Claire, sequestrada. Até então, a garota não descobriu. E é nesse jogo de cão e gato, que ambos se apaixonam um pelo outro, e é nesse perigo iminente da descoberta, que eles vivem sua paixão.
  Rebecca, que já foi analisada anteriormente aqui na postagem E esse quarteto amoroso, hein?, sobre o filme "Vicky Cristina Barcelona), está em xeque novamente. Com uma atuação, ao meu ver, inferior da que já discutimos aqui, ela vive uma gerente de banco, que foi sequestrada, e vive um princípio do que seria Síndrome do Pânico. No entanto, não deixou de sair de casa e, portanto, de ir trabalhar. Sua atuação continua nos moldes naturalistas, o que é comum em produções cinematográficas, porém, aqui ela não se destaca tanto quanto em Vicky Cristina Barcelona.
  Ben Affleck, que já recebu o Oscar de Melhor Roteiro de 1998, pelo filme "Gênio Indomável", e dirigiu em 2007 "Medo da Verdade" se lança aqui em um desafio maior ainda para sua carreira. Ele dirige e atua em sua obra. O filme tem uma direção de razoável à normal, sem grandes mistérios e sua atuação está digna do ator que é. Assim como Rebbeca, ele também está normal e sem expectativas maiores para o seu trabalho nessa película.
  Já Jeremy Renner, esse sim, surpreende por sua atuação. Não que ela tenha 'artefatos' teatrais mirabolantes, não! E tenho de me desculpar, já que há dois dias afirmei não entender a indicação, hoje digo que a indicação é justificável e até mesmo, quem sabe, louvável. Porém, meu favoritismo ainda é de Bale por "O Vencedor". Favoritismos à parte, a frieza necessária à sua personagem, é a característica que explica a indicação. Além de que é ele que segura o filme, com as cenas que participa. As cenas em que ele aparece com Affleck e Hall, sentados numa mesa de bar, e na que Doug e Jem discutem e saem no braço, seriam as que mais destaco e friso para que os telespectadores prestem bastante atenção, pois digo que justificariam a indicação dele.
  Com um roteiro bem previsível, se visto o trailler, o filme é algo comum, quanto a enredos de ação e perseguição policial. Até mesmo no romance dos dois, embora não tão batido, isso não surpreende nem um pouco. A tensão mesmo só quanto ao último assalto da gangue, fora isso, um roteiro bem monótono. Digo que o trailler é muito mais interessante do que o próprio filme. Ben, que me perdoe, embora uma direção normal, o roteiro é, extremamente, previsível.
  "The Town", produzido em 2010, tem direção de Ben Affleck, roteiro de Ben Affleck, Peter Craig e Aaron Stockard, baseado na novela "Prince of Thieves" de Chuck Hogan, música de David Buckley e Harry Gregson-Williams, fotografia de Robert Elwist, direção de arte de Peter Borck e figurinos de Susan Matheson, com duração aproximada de 120 minutos, incluindo os créditos finais.

Texto: Ricardo Montalvão

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