segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A guerra está declarada.


  E o nosso filme da vez é "Bastardos Inglórios" do famoso diretor Tarantino.
  O filme menciona três estórias. São elas, a ocupação nazista e suas conseqüências; a "Operação Koni", que é liderada pelo Serviço Secreto dos EUA, que se utilizam de alemães refugiados nesse país a fim de matar Hitler (Martin Wuttker) e terminar com a guerra. Quem comanda a operação na Alemanha é o tenente Aldo Rayne (Brad Pitt). E a ultima é sobre uma judia chamada Shosanna (Mélaine Laurent), uma judia que viu sua família ser morta a comando do coronel Hanz Landa (Christoph Waltz), e como consegue fugir, ela resolve se vingar. É quando tem a oportunidade perfeita de executar seu plano, ao ter a chance de exibir, em seu cinema, a première do documentário "O Orgulho da Nação",  que teria a presença de Hitler e seus principais subordinados nessa exibição.
  A operação Koni, como foi dito, tem seu líder como o tenente Rayne, e junto a ele existem seus fiéis escudeiros. O sargento Hugo Stiglitz (Til Schweiger), o PFC Smithson Utivich (B. J. Novak), o major Donny Donowitz, chamado de "Urso Judeu" (Eli Roth), o CPL Wilhelm Wicki (Gedeon Burkhard), entre outros. Eles são chamados de o "Exército dos Bastardos". Todos eles têm a missão de matar Hitler e portanto, acabar com a guerra. Junto a eles há a atriz Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger), uma alemã, com a mesma finalidade deles, que trabalha para o Serviço Secreto dos EUA.
  Em contrapartida, o soldado Frederick Zoller (Daniel Brühl) conhece Shosanna, que a essa altura chama-se Emanuelle Mimeux, e se apaixona por ela. Como a garota é dona de um cinema, Zoller tem a brilhante idéia de que ao coronel Joseph Goebbels (Sylvester Groth) que estreie seu documentário, "O Orgulho da Nação" lá mesmo. Esse documentário narra a saga, dita heróica pelos nazistas, do soldado Frederick que matou cerca de 220 soldados norte americanos de uma só vez. E é com o consentimento do coronel Goebbels, que Shosanna tem a ideia de aproveitar a situação para se vingar dos alemães nazistas, vingando a morte de sua família e todos os judeus mortos durante a guerra. Porém, tanto os responsáveis pela Operação Koni, como também Shosanna não tinham idéia que ambos estava trabalhando pelo mesmo motivo, portanto não há relação alguma entre eles quanto aos ataques.
  O coronel Landa prende Rayne, por ter descoberto o plano da operação Koni, e grava uma mensagem em que menciona ser um agente duplo que trabalhava em prol do SSS dos EUA, tentando assim manter a sua integridade física e dos seus soldaods também. Esse ato dele é justificado, pois caso os ataques ocorram, ele continuaria vivo e livre. O problema é que Rayne não manteve sua palavra, matando o soldado que acompanhava Landa e, posteriormente, marcando na testa de Hanz o famoso símbolo do nazismo, a suástica, para que jamais fosse esquecido o mal que o coronel provocara aos judeus.
  Começo falando que em mais esse filme a presença da influência Bretchiniana existe pela presença de um narrador, embora narre apenas algumas situações necessárias para que o telespectador compreenda as motivações pelas quais os integrantes do exército dos Bastardos, e até a própria Shosanna, tenham sua vingança justificada. A quebra da "quarta parede" tem sido bem frequente nos filmes que têm sido discutidos nesse blog.
 Destaco a atuação de Christoph Wantz, ganhador do Globo de Ouro de 2010 de Melhor Ator Coadjuvante, do Oscar de 2010 também por Melhor Ator Coadjuvante, o prêmio de melhor ator de 2010 no Festival de Cannes, ou seja ele levou para casa os principais prêmios dos festivais de cinema pelo mundo. Não há palavras, ao certo, para definir a brilhante atuação dele. Deixo que vocês, leitores, ao assistirem o filme, tirem suas próprias conclusões Tudo bem, me arrisco a encontrar um adjetivo, talvez o que mais defina, a atuação dele. Diria que a atuação dele é completa. Uma pena o filme não ter levado para casa o Oscar de Melhor Roteiro Original. Seria uma premiação bastante justa.
  Quanto às demais atuações, elas contribuem com total competência para essa obra prima de Tarantino. Wuttker, Pitt, Groth, Kruger, Roth, Novak, Brühl, Schweiger e Laurent estão com atuações primorosas, certeiras, concretas, objetivas, diretas, sinceras e principalmente, reais. Eles dão um banho de genialidade em suas personagens e trazem ao telespectador os medos, a raiva, o ódio, o desprezo, o pavor, a sede de vingança que cada uma delas tem.
  O que dizer da fotografia do filme? Um pecado. Lógico que no melhor dos sentidos. A direção de fotografia, fez do filme, em seus enquadramentos abertos ou pormenorizados, um tremendo pecado delicioso e saboroso de ser cometido, dando a nós que assistimos um incrível deleite do que é fazer cinema. A trilha sonora, que de acordo com o que li e pelo que conheço dele, deve ter mesmo a presença de Ennio Morricone. Ennio é também o criador da trilha sonora de um clássico do cinema, "Cinema Paradiso". Quem ainda não assistiu, vale a pena procurá-lo para ver. Se a fotografia causa uma incrível aula sobre cinema, a direção de arte, obviamente, tem total parcela de culpa nesse maravilhoso pecado ao norte do Equador. A arte do filme é, simplesmente, magnífica.
  Nesse filme há uma incrível curiosidade. Na cena em que Shosanna se maqueia para a première do documentário de Gobbels, existe toda uma preparação para a 'guerra' que ela declarara aos alemães nazistas. No entanto essa preparação não passa apenas dela se maquiando. O que nos deixa claro a intenção da personagem é a trilha sonora, juntamente com a direção de arte e de fotografia.
  "Inglourious Basterds", produzido em 2009, tem direção e roteiro de Quentin Tarantino, fotografia de Robert Richardson, direção de arte de Stephan Gessler, Marco Bittner Rosser e David Scheunemann. Uma produção em parceria entre os Estados Unidos, França e Alemanha, com duração aproximada de 162 minutos, incluindo os créditos finais.

Texto: Ricardo Montalvão

Referências:
http://4.bp.blogspot.com/_gIl4gSEHSMw/SwRyLTdQLTI/AAAAAAAAACc/F9wXhA5yvmU/s400/Bastardos+Ingl%C3%B3rios+-+Shosana+3.jpg
http://www.omelete.com.br/cinema/critica-bastardos-inglorios/
http://www.adorocinema.com/filmes/bastardos-inglorios/
http://www.cinepop.com.br/filmes/bastardosinglorios.htm
http://cinema.cineclick.uol.com.br/filmes/ficha/nomefilme/bastardos-inglorios/id/15834
http://www.portaldecinema.com.br/Filmes/bastardos_inglorios.htm

3 comentários:

  1. Meu segundo predileto do Tarantino (o primeiro não é Pulp Fiction, pasme, eu prefiro Kill Bill), e é de fato excelente. Além do roteiro totalmente "tarantinesco" que distorce a realidade e da inspiração em filmes trashs traduzidos com uma produção bem alta, temos a direção do Tarantino que é impossível de descrever e a atuação do Waltz que é um show a parte, ele segura os quase 20 minutos iniciais do filme só com uma conversa sentado e tomando leite, fiquei pasmo. O que me assusta é gente que já virou pra mim e disse que esse filme foi ruim e não merecia ter levado o Oscar de melhor do ano, nem tem como discutir haha.

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  2. O filme é excelente. Direção e atuações impecavéis. Com certeza é a obra mais madura de Tarantino. Agora, acho que você não deveria revelar o final do filme. Deixa em aberto se a tal empreitada do "Exército dos Bastardos" deu certo ou não. Atiçaria a curiosidade de quem ainda não viu o filme ... Parabéns, ótimo post!
    Cheirus Andreza

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  3. Eu adorei esse filme! Parafreaseando vc, sua visão sobre o filme é completa! Mto bacana. Está de parabéns, Rick! =* Pérola.

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